Bronquiolite: Sintomas, Tratamento e Prevenção

Introdução

A bronquiolite é uma das principais causas de internação em bebês e crianças pequenas, especialmente nos primeiros dois anos de vida. Embora assuste muitos pais, a maioria dos casos é leve e pode ser tratada em casa com cuidados simples. Neste artigo, você vai entender o que é essa doença, como identificar os sinais de alerta e o que fazer para proteger o seu pequeno.

O Que é a Bronquiolite?

A bronquiolite é uma infecção viral que afeta os bronquíolos, pequenas vias aéreas nos pulmões. Inicialmente, começa como um resfriado comum, com coriza e tosse. No entanto, pode evoluir para dificuldade respiratória. O principal culpado é o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), mas outros vírus, como influenza, adenovírus e rinovírus, também podem causar a doença.

Por Que Bebês São Mais Afetados?

Como os bebês possuem vias aéreas menores e menos desenvolvidas, a obstrução por muco e inflamação ocorre com mais facilidade. Além disso, o sistema imunológico dos bebês ainda é imaturo, o que os torna mais vulneráveis. Prematuros, crianças com cardiopatias ou doenças pulmonares crônicas têm risco maior de complicações.

Como Ocorre o Contágio?

• Através de gotículas de espirro ou tosse de pessoas infectadas
• Pelo contato com superfícies contaminadas (brinquedos, móveis, mãos sujas).
• Pela falta de higiene ao tocar o bebê.

Sintomas Que Merecem Atenção

Nos primeiros dias, os sintomas da bronquiolite se assemelham aos de um resfriado comum:

• Coriza, tosse seca e febre baixa.

Depois de 3 a 5 dias, os sintomas podem piorar:

• Chiado no peito.
• Respiração acelerada.
• Retrações (a pele entre as costelas “afunda” ao respirar).
• Dificuldade para mamar ou beber líquidos.

Sinais de Emergência: Procure um médico imediatamente se notar:

• Lábios ou unhas azulados.
• Cansaço extremo ou pausas na respiração.
• Recusa total de alimentos.

Diagnóstico: Como Saber Se é Bronquiolite?

Para diagnosticar a bronquiolite, o pediatra avalia os sintomas e realiza um exame físico. Em casos mais graves, pode ser necessário:

• Teste de swab nasal para identificar o vírus.
• Raio-X de tórax (caso haja suspeita de pneumonia).

Tratamento: O Que Funciona?

Não existe um remédio específico para bronquiolite. No entanto, algumas medidas ajudam a aliviar os sintomas:

• Hidratação: Ofereça líquidos com frequência
• Lavagem nasal com soro fisiológico: Ajuda a limpar o nariz
• Ambiente arejado, livre de fumo, poeira e ácaros: Evite irritantes respiratórios
• Oxigênio no hospital (casos graves): Indicado para crianças com dificuldade respiratória intensa.

Como Prevenir a Bronquiolite?

• Lave as mãos antes de tocar no bebê.
• Evite aglomerações e contato com pessoas resfriadas.
• Amamente, se possível, pois o leite materno fortalece a imunidade.
• Mantenha o ambiente livre de fumaça (o cigarro piora a inflamação) e poeira.

Vacina Abrysvo (Pfizer)

A vacina Abrysvo foi aprovada em abril de 2024 pela Agência Nacional de Saúde (Anvisa) para aplicação em gestantes no segundo ou terceiro trimestre da gestação, com o objetivo de proteger o recém-nascido. Essa vacina permite que os anticorpos protetores da mãe passem para o bebê pela placenta, garantindo proteção nos primeiros seis meses de vida. Atualmente, o Ministério da Saúde analisa a inclusão da vacina no Programa Nacional de Imunizações (PNI) mas já pode ser encontrada em serviços privados.

Anticorpos Monoclonais

Os bebês podem receber anticorpos prontos, conhecidos como anticorpos monoclonais. O Palivizumabe é um anticorpo aprovado pela Anvisa e disponibilizado pelo SUS, administrado durante a temporada do VSR (período de maior circulação do vírus). Ele é aplicado em cinco doses (uma por mês) e indicado para bebês com maior risco de complicações, incluindo prematuros, e portadores de doenças cardíacas e pulmonares nos dois primeiros anos de vida.

Recentemente, um novo anticorpo, o Nirsevimabe, também foi aprovado pela Anvisa. Ele é administrado em dose única para qualquer criança no primeiro ano de vida e para aquelas menores de dois anos pertencentes a grupos de risco para doença grave pelo VSR. No entanto, ainda não está disponível no SUS, e sua incorporação ao sistema público está em análise. É importante salientar que cabe aos gestores estaduais, distrital e municipais do SUS estruturar a rede assistencial, definir os serviços de referência e estabelecer os fluxos para a administração dos anticorpos. Por isso, recomenda-se buscar informações no sistema de saúde do seu município. O Palivizumabe está, ainda, incluído no Rol da ANS, garantindo cobertura pelos planos de saúde conforme critérios pré-estabelecidos.